23/10/2012 14h07 - Atualizado em 05/10/2016 12h09

Quase 50 pinguins iniciam viagem de volta à Patagôniana segunda soltura deste ano

Mais 46 pinguins-de-magalhães foram soltos em alto mar e iniciaram uma longa viagem de volta ao seu habitat natural, nesta terça-feira (23). As aves foram encontradas nas praias do Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro durante os últimos meses e foram reabilitadas no Espírito Santo até ficarem aptas a percorrer os 3,5 mil quilômetros que separam o Espírito Santo da Patagônia Argentina.

Segundo o veterinário do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), Luis Felipe Mayorga, a maioria dos animais dessa soltura foi trazida da Bahia e do Rio de Janeiro para serem reabilitados no Espírito Santo. “O Centro de Reabilitação do Espírito Santo está recebendo muitas aves encontradas em praias dos estados vizinhos e isso é um indicativo de que o Estado está se tornando referência em reabilitação de pinguins”, disse.

Após essa segunda soltura, o total de pinguins colocados de volta em liberdade no Espírito Santo, em 2012, chegou a 115. A operação foi realizada em alto mar, no litoral de Anchieta, pelo Ipram e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em parceria com a Windive Atividades Subaquáticas.


Isabela Nucci




Os procedimentos para a soltura foram iniciados na noite de segunda-feira (22), com o transporte das aves do Centro de Reabilitação de Pinguins, localizado na sede do Iema, em Cariacica, para Iriri, em Anchieta. Os animais passaram a noite em uma área cercada, onde receberam os últimos cuidados em terra.

Pouco antes da viagem para o alto mar, cada pinguim foi alimentado com sardinhas frescas com o objetivo de garantir reserva de energia para o início da viagem.

O barco com as aves e os profissionais envolvidos na soltura saiu da Praia da Areia Preta, em Iriri, e seguiu para um ponto distante de aproximadamente 20 quilômetros da costa. Os pinguins foram soltos em uma corrente marítima que segue do Norte em direção ao Sul, que os auxiliará na volta para casa.


Isabela Nucci




Centro de Reabilitação do Iema

Os pinguins, que chegaram às praias brasileiras cansados, fracos e com ferimentos, foram tratados pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) no Centro de Reabilitação de Pinguins montado no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

A reabilitação consiste em internação em CTI para os animais mais debilitados, aquecimento dos que apresentam hipotermia, tratamento de ferimentos e doenças, administração de medicamentos e vitaminas, alimentação com peixe batido por sonda para os mais fraquinhos e sardinhas frescas para os mais fortes, além de natação para exercitá-los.

Após a soltura dos 46 pinguins, o Centro de Reabilitação do Iema conta agora com 96 animais em tratamento, que poderão ser soltos em procedimentos como esse, a serem agendados de acordo com a recuperação dos animais e correntes marítimas favoráveis.


Isabela Nucci



Pinguins-de-Magalhães

Os pinguins que costumam encalhar nas praias do Espírito Santo durante o inverno são da espécie Spheniscusmagellanicus. Popularmente conhecidos como pinguins-de-magalhães, eles vivem em colônias na Patagônia, na Argentina, e se alimentam de peixes como anchova e sardinha. Quando atingem a juventude, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, em busca de alimento. Da Patagônia à costa capixaba, eles percorrem mais de 3,5 mil quilômetros.

Desde 2006, os pinguins têm chegado ao litoral do Espírito Santo em quantidade considerável. Dentre os fatores que estão sendo estudados por especialistas para explicar seu aparecimento na costa capixaba estão o fenômeno La Niña, que influencia as correntes, e a pesca predatória, que diminui a oferta de peixes.


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