30/09/2015 12h39 - Atualizado em 05/10/2016 12h47

Nove municípios terão 100% de coleta e tratamento de esgoto

Os municípios de Ibatiba, Dores do Rio Preto, Irupi, Iúna, Conceição do Castelo, Divino São Lourenço, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Marechal Floriano serão contemplados por obras para alcançar índice de 100% da coleta e tratamento de esgoto. Essa foi uma das medidas anunciadas pelo governador do Estado, Paulo Hartung, durante entrevista coletiva, realizada nesta terça-feira (29), no Palácio Anchieta, para detalhar as ações do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem.

O programa, que foi assinado na segunda-feira (28), em Brasília, libera para o Governo do Estado financiamento junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) no Brasil da ordem de US$ 225 milhões. O Governo e a Cesan terão uma contrapartida de US$ 98 milhões, totalizando investimentos da ordem de US$ 323 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

Para os nove municípios contemplados com a universalização do esgoto sanitário, os investimentos, com recursos do Programa, serão da ordem de R$ 115,3 milhões e beneficiarão uma população de 168 mil pessoas. O edital de licitação para as primeiras quatro (Ibatiba, Dores do Rio Preto, Irupi e Iúna) obras já está em análise no Banco Mundial para não objeção, devendo a publicação ocorrer entre novembro e dezembro deste ano.

Também estão previstas obras e intervenções nos municípios de Vila Velha e Cariacica para construir e modernizar mecanismos para coleta e tratamento do esgoto. Somente nestes dois municípios mais de 108 mil pessoas serão beneficiadas e o investimento previsto é de R$ 260 milhões. Estão previstos 180 quilômetros de redes coletoras e 20 quilômetros de redes tronco serão implantadas para levar 1.050 litros de esgoto por segundo para as estações de tratamento. Uma novidade é que a maior parte do esgoto tratado (efluente) poderá ser aproveitada por prefeituras e empresas privadas como água de reuso para rega de jardins, descargas de sanitários e lavagem de ruas.

Em Cariacica, no Sistema Bandeirantes, também está contemplada a ampliação do sistema de coleta de esgotamento sanitário, com previsão de construção de 90 mil metros de redes. 36 mil habitantes serão beneficiados. Com essa obra, a cobertura do município salta de 54 para 66%. “Essas obras são muito importantes, pois irão universalizar o atendimento com esgotamento sanitário nas nove cidades e aumentar o atendimento em Vila Velha e Cariacica. Com isso, estaremos evitando a poluição do meio ambiente e contribuindo parta a preservação dos recursos hídricos”, argumenta a presidente da Cesan, Denise Cadete.

Segurança hídrica

Durante o encontro com os jornalistas, o governador Paulo Hartung detalhou as particularidade do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, que prevê a ampliação da preservação e conservação das margens de rios e regiões de nascentes, ampliação da cobertura vegetal em áreas estratégicas o que, consequentemente, vai contribuir positivamente para o Estado em uma maior segurança hídrica em período de eventos extremos (falta e excesso de água).

“Em um período como este de crise hídrica que o país, em especial a Região Sudeste, está enfrentando, este projeto é importante para os capixabas e serve como uma luz para iluminar bons caminhos em termos de uma relação saudável dos brasileiros com a natureza. O recurso financeiro envolvido é bastante expressivo, é um gol de placa do Governo do Espírito Santo ao contratar uma operação como esta, com um valor tão significativo em um período de crise tão grave que estamos vivendo”, ponderou o governador.

“Esse projeto é uma evolução do que já fizemos no Estado, em meu período de governo, onde através do Programa Águas Limpas avançamos na coleta de esgoto de nossa capital e municípios da região metropolitana e alguns municípios do interior. O Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem é um passo à frente, pois além de cuidar da água tratada, coleta e tratamento de esgoto este programa permite ir na fonte, ou seja, atuar na cobertura florestal nas margens de rios e fontes que facilita na reservarão de água no solo. É uma ação integrada que cuida da natureza para que tenhamos um beneficio com água de quantidade e qualidade”, completou.

Ainda sobre a segurança hídrica em eventos extremos, a subsecretária de Governo para captação de recursos, Regina Curitiba, explica que projeto abrange esse tipo de situação com ações articuladas. “A intenção é colocar o Estado no rumo da segurança hídrica. Neste projeto temos instrumentos de planejamento, de gestão, de regulação e fortalecimento da fiscalização. Isso é o fortalecimento das instituições de governança da água. Além disso, o objetivo é colocar o Estado para dar uma resposta na questão desses eventos climáticos, fortalecendo as ações que vão minimizar seus impactos na sociedade. Nas cheias, tralhando sobretudo com os municípios da região metropolitana. E para os períodos de seca, temos, por exemplo, o mapeamento da rede de água subterrânea, que também vai dar condições de cadastrar as barragens existentes”, ressalta.

Projeto Mangaraí

Dentro do Programa Gestão Integrada das Águas e Paisagens, foi inserido o Projeto Mangaraí. Uma iniciativa de visão de futuro, onde o plano é dar o primeiro passo para que seja possível às estações de tratamento captar a água do rio o mais limpa possível. Para isso será preciso modificar a forma como tradicionalmente são utilizadas as áreas de entorno dos rios, que os transformam em vias de escoamento de sedimentos, inviabilizando o tratamento da água para consumo humano.

O objetivo do projeto é reduzir a quantidade de sedimentos encontrada no rio e aumentar a produção de água nas estações com redução de custos. A turbidez elevada da água do rio afeta ainda sua distribuição aos capixabas da Grande Vitória. Isso porque quando há muitos sedimentos misturados à água, é necessário interromper o abastecimento aos moradores até que tudo se normalize. As atividades estão divididas em quatro eixos principais: adequação e manutenção das estradas de terra, aumento da cobertura florestal, boas práticas agrícolas e saneamento rural. Com custo total estimado em R$ 14 milhões, estão previsto recuperação de 200 km de estradas vicinais, 12 mil caixas secas para reduzir os danos provocados pelas chuvas, reflorestamento de mil hectares, implantação de 100 unidades de fossas, agricultura orgânica em 100 propriedades, diagnóstico ambiental da microbacia, entre outras.

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