04/10/2012 14h08 - Atualizado em 05/10/2016 12h08

69 pinguins foram soltos em alto mar e iniciaram viagem de volta à Patagônia

Nesta quinta-feira (04), 69 pinguins-de-magalhães, encontrados em praias capixabas durante os últimos meses,foram soltos em alto mar no litoral de Anchieta. As aves iniciaram uma longa jornada de volta ao seu habitat natural, a Patagônia, aproveitando correntes marítimas que seguem do Norte em direção ao Sul.

Os procedimentos foram realizados pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram)e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em parceria com a Windive Atividades Subaquáticas.

A embarcação com as aves e os profissionais envolvidos na soltura saiu da Praia da Areia Preta, em Iriri, por volta das 10 horase navegou aproximadamente 15 milhas náuticas, uma distância correspondente a 24 quilômetros, para chegar à porção mais forte da corrente que os auxiliará na volta para casa.Todos estão marcados com anilhas de metal e poderão ser identificados durante o percurso por pesquisadores que, eventualmente, os encontrarem.

Antes da soltura, cada pinguim foi alimentado com 300 gramas de sardinhas frescas, com o objetivo de garantir reserva de energia para o início da viagem.

Pinguins receberam tratamento no Centro de Reabilitação do Iema

Os pinguins, que chegaram ao Espírito Santo cansados, fracos e com ferimentos, foram tratados pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) no Centro de Reabilitação de Pinguins, montado no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

A reabilitação consiste em internação em CTI para os animais mais debilitados, aquecimento dos que apresentam hipotermia, tratamento de ferimentos e doenças, administração de medicamentos e vitaminas, alimentaçãocom peixe batido ministrado por sonda para os mais fraquinhos e sardinhas frescas para os mais fortes, além de natação para exercitá-los.

Segundo a bióloga do Ipram, Renata Bhering, os fatores que determinam quando um pinguim está apto à soltura são a recuperação da camada de gordura, a capacidade da ave em realizar a impermeabilização das penas e exames de sangue que indiquem ausência de doenças.

Após a soltura dos 69 pinguins realizada nesta quinta-feira (04), o Centro de Reabilitação do Iema conta agora com 171 animais em tratamento, que serão soltos em procedimentos como esse, a serem realizados ainda neste ano, em datas a serem agendadas conforme a recuperação dos animais e o monitoramento das correntes.

Pinguins-de-Magalhães


Jucutuquara Filmes

Pinguins-de-Magalhães.



Os pinguins que costumam encalhar nas praias do Espírito Santo durante o inverno são da espécie Spheniscusmagellanicus. Popularmente conhecidos como pinguins-de-magalhães, eles vivem em colônias na Patagônia, na Argentina, e se alimentam de peixes como anchova e sardinha. Quando atingem a juventude, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, em busca de alimento. Da Patagônia à costa capixaba, eles percorrem mais de 3,5 mil quilômetros.

Desde 2006, os pinguins têm chegado ao litoral do Espírito Santo em quantidade considerável. Dentre os fatores que estão sendo estudados por especialistas para explicar seu aparecimento na costa capixaba estão o fenômeno La Niña, que influência as correntes, e a pesca predatória, que diminui a oferta de peixes.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação Seama / Iema
Isabela Nucci
(27) 3636 2592 / 9977 1012
meioambiente.es@gmail.com
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard