18/10/2006 08h34 - Atualizado em 05/10/2016 11h19

Resíduos sólidos e mudanças climáticas: uma relação de dependência

O grande vilão do lixo é o material orgânico, segundo o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), João Tinoco Pereira Neto, que participou nesta terça-feira (17) do seminário sobre gestão de resíduos sólidos e mudanças climáticas. Estima-se que 65% do lixo brasileiro é composto por materiais orgânicos que, ao se decomporem, concentram uma alta carga de poluentes, o que gera a produção do chorume – líquido que pode contaminar solo e água – e a formação de gases, como o metano, que contribuem para o aquecimento global e, consequentemente, as mudanças climáticas.

O lixo não causa somente problemas ambientais, pois gera a proliferação de animais vetores de doenças, a exemplo das moscas, que podem transmitir 25 tipos de doenças infecciosas. O professor ainda informou em sua palestra que, nas cidades onde existe “lixão”, dados apontam a existência de sete ratos para cada habitante.

Mas as soluções existem, segundo o professor, já que esse material pode ser incinerado, disposto em aterro sanitário ou ainda servir como matéria-prima para produtos como os fertilizantes orgânicos.

No Espírito Santo, existem seis aterros, onde 25 municípios depositam o lixo. No entanto, 68% deles ainda dispõem inadequadamente esse material, ou seja, em lixões. A realidade capixaba não é muito diferente da brasileira, em que 63,60% dos municípios ainda destinam os resíduos para áreas impróprias.

A diretora técnica do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Tonini, informou durante o evento que o Estado tem avançado nessa questão. Uma dessas mudanças é a criação do Comitê Estadual Gestor de Resíduos, que está estruturando a política estadual de resíduos, a fim de nortear e normatizar as ações ligadas ao tema.

Sueli ainda falou sobre a Comissão Interna de Resíduos Sólidos e da Construção Civil (CIRSUCC), do Iema, que está auxiliando as prefeituras a resolver a questão da disposição do lixo com ações práticas, como a escolha do local para construção de aterro, busca de financiamento para a obra, entre outras.

Eventos

O seminário faz parte das atividades do Iema durante a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia. Entre esta quarta-feira (18) e sábado (21), o Iema ainda participa da 1ª Mostra Científica e do 10º Salão do Inventor Brasileiro, no ginásio da Emescam, em Vitória, onde apresentará a Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar da Grande Vitória (RamQar).

E na sexta-feira (20), será realizado o mini-curso “Mudanças Climáticas Globais” ministrado por João Wagner Alves, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) de São Paulo. O evento acontece no auditório do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), em Vitória. A participação é aberta ao público e as inscrições podem ser feitas no Iema pelo telefone (27) 3136-3519 / (27) 3136-3525, ou no local do evento.

O tema ganhou relevância no Brasil quando se percebeu que o aumento da concentração de gases, como gás carbônico e metano, ocasionam o aquecimento da atmosfera terrestre, intensificando o efeito estufa. Isso gera conseqüências como a elevação do nível do mar, enchentes, mudanças no clima, entre outros, causando impactos em atividades como a agricultura.

Para que as ações humanas reduzam a emissão desses gases, foram criados diversos mecanismos econômicos, entre eles o de Desenvolvimento Limpo (MDL). O esquema funciona da seguinte maneira: se os países em desenvolvimento utilizarem tecnologias que parem de emitir gases de efeito estufa, podem “vender” a quantidade de carbono que deixam de emitir para as nações desenvolvidas que não alcançarem a sua meta de redução de emissão

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