09/03/2010 16h46 - Atualizado em 05/10/2016 11h47

ProdutorES de Água comemora um ano reconhecendo proprietários rurais na bacia do São José

Durante a solenidade para pagamentos por serviços ambientais do projeto ProdutorES de Água na Bacia do Rio São José, o governador Paulo Hartung entregou cheques simbólicos a oito proprietários de Alto Rio Novo e Mantenópolis. A soma dos valores é de R$ 5.816 ao ano, para um total de 40,94 hectares de área preservada. O evento ocorreu nesta terça-feira (09), em Mantenópolis.

O Governo do Estado efetuou os primeiros pagamentos por serviços ambientais do projeto ProdutorES de Água em março de 2009. Quarenta proprietários rurais de municípios localizados nas bacias dos rios Benevente e Guandu já foram reconhecidos por preservarem áreas estratégicas para a questão da água.

O evento também contou com a participação da secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Maria da Glória Brito Abaurre; da diretora-presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Passoni Tonini; dos prefeitos de Mantenópolis, Eduardo Alves Carneiro; de Alto Rio Novo, Edson Soares Benfica; de Pancas, Luiz Pedro Schumacher, e de Barra de São Francisco, Waldeles Cavalcanti; do gerente de Recursos Hídricos do Iema e coordenador do projeto, Robson Monteiro, e de deputados estaduais e vereadores da região.


Thiago Guimarães/Secom



Durante a apresentação do projeto, Maria da Glória destacou as iniciativas do Estado para a preservação do meio ambiente. “O Governo vem elaborando e implantando projetos que apoiam a recuperação florestal no Espírito Santo, como é o caso do Corredores Ecológicos e do Extensão Ambiental, além de projetos de incentivo aos proprietários rurais como o Florestas para a Vida e o próprio ProdutorES, ações que têm como objetivo o aumento da cobertura florestal no Estado, de 10% para 16%, como prevê o Plano de Desenvolvimento ES 2025”, afirmou.

A secretária também destacou o motivo pelo qual o ProdutorES de Água está atuando na bacia do Rio São José. “Esta bacia foi escolhida em função de seu alto grau de degradação. Por isso, a necessidade de adoção de mecanismos de valorização das iniciativas de recuperação de áreas de nascentes e entorno dos rios e conservação de florestas nativas nas mãos de produtores rurais”, disse.


Thiago Guimarães/Secom



O governador Paulo Hartung ressaltou que a Bacia do Rio São José é importantíssima para o meio ambiente e a economia da região. Hartung afirmou que o rio São José precisa ser recuperado e conservado, para as atuais e futuras gerações. “O pagamento por serviços ambientais é um programa pioneiro no País. Vivemos um momento muito importante para a sociedade capixaba. Estamos implantando uma nova forma de relação com o produtor rural, que sempre conviveu com as restrições impostas pela legislação ambiental. A agricultura moderna precisa estar combinada com a preservação do meio ambiente e só é competitiva se for feita de forma sustentável”, afirmou.

Hartung ressaltou que o Governo do Estado está dando mais um passo para aproximar agricultores, órgãos ambientais e Organizações Não Governamentais. “Todos esses atores devem caminhar juntos para a preservação de nosso futuro. Precisamos ter um olhar permanente para as próximas gerações. Água é vida! É um bem escasso no mundo, que possui conexão com as matas e com a cobertura vegetal”, pontuou.


Thiago Guimarães/Secom



O governador lembrou que o governo desenvolve um trabalho permanente para melhorar a gestão dos recursos hídricos. “Fomos avançando nesse processo. Agora, estamos dando um novo passo. Não queremos apenas manter a cobertura florestal que sobrou; queremos preservar o que sobrou e ampliar nossa cobertura florestal. Nesse sentido, já somos um exemplo para o Brasil”, frisou.


Por manter 4,10 hectares de mata preservada, região que abriga uma bela cachoeira no município de Mantenópolis, o proprietário rural Valtair Gomes Figueiredo passou a receber do Governo do Estado, a partir desta terça-feira (09), R$ 544,81 ao ano.

“Não tive coragem de desmatar, a floresta é muito bonita. Nos dias em que o sol está mais forte, gasto aproximadamente 10 mil litros de água por hora para realizar a irrigação, água que vem da nascente que preservei”, disse.

“O projeto é um incentivo para que nossos produtores conservem nossas matas, o solo fértil e as nascentes. De nada adianta o desenvolvimento, o progresso, se não há preservação. É um trabalho em função da vida, porque sem água, o que será do homem? Devemos pensar no futuro que estamos construindo para as crianças”, afirmou o prefeito de Mantenópolis, Eduardo Alves Carneiro.

O engenheiro civil Fabrício Vieira Alves, 28 anos, não teve dúvidas sobre o que poderia fazer para aumentar o volume de água em sua propriedade, localizada em Alto Rio Novo. Ele, que cultiva principalmente café e banana, passou a receber do Governo do Estado R$ 610,02 por ano para manter conservados 3,53 hectares.

“Adquiri as terras com a intenção de preservar as nascentes. Havia 1,5 hectare de mata e estou reflorestando mais dois. Com isso, já alcancei resultados consideráveis”, afirmou.


Thiago Guimarães/Secom



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