22/11/2012 18h41 - Atualizado em 05/10/2016 12h09

Mais 43 pinguins tratados no ES voltaram à liberdade

Nesta quinta-feira (22), 43 pinguins-de-magalhães encontrados em praias do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e da Bahia nos últimos meses foram colocados de volta em liberdade. A expectativa é que as aves percorram os 3,5 mil quilômetros que separam o Espírito Santo da Patagônia Argentina, seu habitat natural.

A soltura foi realizada em alto mar, no litoral de Anchieta, por veterinários, biólogos e voluntários do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), pela Windive Atividades Subaquáticas, em parceria com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O procedimento foi realizado a aproximadamente 20 quilômetros da costa, em meio a uma corrente marítima que segue do Norte em direção ao Sul e auxiliará os animais durante a jornada.

Essa foi a terceira soltura de pinguins-de-magalhães realizada no Estado em 2012. No total, 159 já voltaram à vida livre. Os animais, que chegaram às praias brasileiras fracos, com ferimentos e doenças, receberam tratamento no Centro de Reabilitação de Pinguins do Espírito Santo, que funciona na sede do Iema, em Cariacica, e está se tornando referência nesse trabalho, recebendo aves que encalham nos estados vizinhos.

O Centro de Reabilitação de Pinguins do Espírito Santo conta agora com 53 aves em tratamento. A bióloga do Ipram, Renata Bhering, prevê a realização de mais uma soltura ainda neste ano. “Nem todos os que estão no Centro atualmente poderão ser soltos, pois alguns ainda não terão condições. Esses permanecerão em tratamento e se juntarão aos que forem encontrados nas praias no inverno do próximo ano, pois o período de encalhe deste ano já terminou e as solturas precisam ocorrer em grupos”, explicou.

A reabilitação consiste em internação em CTI para os animais mais debilitados, aquecimento dos que apresentam hipotermia, tratamento de ferimentos e doenças, administração de medicamentos e vitaminas, alimentação com peixe batido por sonda para os mais fraquinhos e sardinhas frescas para os mais fortes, além de natação para exercitá-los.

Os fatores que determinam quando um pinguim está apto à soltura são a recuperação da camada de gordura, a capacidade da ave em realizar a impermeabilização das penas e exames de sangue que indiquem ausência de doenças.

Pinguins-de-Magalhães

Os pinguins que costumam encalhar nas praias brasileiras durante o inverno são da espécie Spheniscus magellanicus. Popularmente conhecidos como pinguins-de-magalhães, eles vivem em colônias na Patagônia, na Argentina, e se alimentam de peixes como anchova e sardinha. Quando atingem a juventude, sobem a costa do Atlântico em direção ao Norte, em busca de alimento. Da Patagônia à costa capixaba, eles percorrem mais de 3,5 mil quilômetros.

Desde 2006, os pinguins têm chegado ao litoral do Espírito Santo em quantidade considerável. Dentre os fatores que estão sendo estudados por especialistas para explicar seu aparecimento na costa capixaba estão o fenômeno La Niña, que influencia as correntes, e a pesca predatória, que diminui a oferta de peixes.

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