19/02/2009 06h42 - Atualizado em 05/10/2016 11h32

Iema retira placas de balneabilidade das praias

As placas deveriam indicar a qualidade da água das praias e, com isso, garantir informações importantes sobre balneabilidade para preservar a saúde dos banhistas. Mas as prefeituras municipais não se adequaram ao acordo firmado com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e não asseguram a manutenção da sinalização nem a veracidade nos avisos de “Próprio” e “Impróprio”. Por isso, o Iema inicia nesta quinta-feira (19) a retirada de todas as placas de balneabilidade das praias.

O material foi confeccionado e cedido pelo Iema, no início de 2007, a todas as 13 administrações municipais com litoral monitorado pelo órgão. A cada uma das prefeituras caberia a manutenção da placa e a atualização das informações fornecidas pelo Iema. Cerca de dois anos depois, denúncias comprovadas pelo relatório apresentado por técnicos do Instituto apontaram que o estado de conservação do equipamento nos pontos de coleta monitorados pelo Laboratório de Análises e Parâmetros Ambientais do Iema é péssimo.

Atualização
Dos 36 pontos do Sul capixaba, apenas quatro apresentam suporte, as duas plaquetas ("Própria" e "Imprópria") e em bom estado de conservação. Foi também constatado pelos técnicos que não ocorre nenhuma atualização das plaquetas, que são mantidas com a condição de “Própria”, mesmo quando o ponto encontra-se “Impróprio”, divergindo assim das informações do Iema. No litoral Norte, a situação é idêntica. Dos 35 pontos de monitoramento, 31 estão danificados e, no município de Conceição da Barra, na Praia da Barra, a placa foi flagrada no chão.

Em geral, a indicação "Imprópria" influi no fluxo de turistas na região da praia. Contudo, o banho em águas contaminadas por esgoto doméstico expõe os banhistas a bactérias, vírus e protozoários transmissores de doenças que vão desde gastrenterite, que é de fácil tratamento, a casos graves como: disenteria, hepatite A, cólera e febre tifóide.



O Iema manterá a análise periódica das praias e lagoas, mas restringirá a divulgação de balneabilidade no site oficial www.iema.es.gov.br e nos principais jornais de circulação no Espírito Santo, veículos de informação que se mostraram mais confiáveis. Caberá, portanto, às prefeituras assumir a sinalização correta das informações do Iema, a exemplo do que já vem fazendo o município de Aracruz.
Balneabilidade
O Programa de Balneabilidade realizado pelo Iema compreende as seguintes ações:

- Monitoramento quinzenal abrangendo 13 municípios do Estado, com 71 pontos de amostragem distribuídos pelas principais praias e balneários do Espírito Santo;

- Divulgação da classificação das praias e lagoas do Estado quanto às condições de balneabilidade por intermédio da imprensa e do site do órgão, mediante a emissão de boletins periódicos;

- Manutenção de uma coleção de dados que permite o acompanhamento da evolução da qualidade das águas que se destinam à recreação de contato primário;

- Intensificação do monitoramento das praias e balneários nos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro), devido ao grande número de turistas que visita as praias do litoral capixaba, aumentando consequentemente o número de banhistas e o volume de esgoto doméstico. Nesse período o monitoramento passa a ser semanal ao invés de quinzenal.
Cuidados nas praias

Sempre que possível, os banhistas devem verificar as condições da água do mar e terem os seguintes cuidados:

- Evitar banhar-se no mar após períodos de chuva intensa. Isso porque as águas dos rios e galerias de águas pluviais dos grandes centros urbanos podem carrear grande número de dejetos e, consequentemente, aumentar o risco de contaminação por algum microrganismo patogênico;

- Evitar pontos ou trechos de praias próximos a desembocadura de rios;


- Evitar pontos ou trechos de praias próximos a descarga de esgotos (línguas negras);

- Não entrar na água caso se verifique a presença de substâncias estranhas como manchas de óleo. Nesse caso, as autoridades ambientais deverão ser avisadas (Iema, Polícia Ambiental);

- É relativamente comum a presença de escuma (tipo espuma) na água do mar. Isso é decorrente de um processo natural, principalmente quando existem grandes quantidades de matéria orgânica na água. Por outro lado, a presença de escumas em praias próximas a desembocaduras de rios ou galerias, nos grandes centros urbanos ou próximos a aglomerações de ocupação humana, podem estar associadas a dejetos sanitários. Por isso é preciso tomar cuidado;

- Verificar sempre as indicações de qualidade das praias para banho. Estas informações estão disponíveis no site do Iema: www.iema.es.gov.br.

O que torna o banho de mar impróprio?
Diversos fatores podem contribuir para que um determinado ponto (ou trecho) de praia apresente balneabilidade imprópria. Entretanto, a fisiografia das praias é um dos principais fatores, pois está diretamente relacionada à capacidade de dispersão de poluentes oriundos de rios (desembocaduras) e galerias de esgotamento sanitário.

Períodos chuvosos, falta de infra-estrutura sanitária e grande número de pessoas (turistas, principalmente) podem afetar negativamente a balneabilidade de trechos de praias.

Legislação
Considerando que a saúde e o bem-estar humano podem ser afetados pelas condições de balneabilidade, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece na Resolução nº. 274 de 29 de novembro de 2000 que as águas de rios, lagos e praias destinados à recreação tenham as condições de balneabilidade classificadas nas categorias “Própria” e “Imprópria”.

A aplicação desta Resolução, bem como a fiscalização e a divulgação das condições de balneabilidade das praias e balneários do Espírito Santo cabem ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação Seama/Iema
Daniela Klein – (27) 3136-3491/ 9972-4492
E-mail: meioambiente.es@gmail.com
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