28/04/2016 08h30 - Atualizado em 05/10/2016 12h49

Fiocruz cria software para avaliar vulnerabilidade à mudança do clima

Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima) gera índices e mapas temáticos por municípios. Espirito Santo será o primeiro Estado a testar a ferramenta, que permite aos gestores identificar o grau de vulnerabilidade à mudança climática

Os municípios de Ponto Belo, Ibatiba e Vila Pavão seriam os mais vulneráveis às mudanças do clima no Espírito Santo, segundo estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Este diagnóstico foi feito a partir do desenvolvimento do software Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima), ferramenta que calcula a vulnerabilidade humana às alterações climáticas. Nos dias 27 e 28 de abril, de 8 às 18h, no Hotel Golden Tulip Porto Vitória, ocorrerá o primeiro treinamento sobre o sistema.

O software é um dos produtos desenvolvidos no âmbito do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima, executado pela Fiocruz em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Por meio do SisVuClima, gestores e técnicos do estado poderão avaliar e comparar as vulnerabilidades e os fatores de risco dos municípios capixabas e, posteriormente, planejar ações para reduzir os impactos das mudanças climáticas e aumentar a capacidade de adaptação da população a este novo cenário.

O sistema é composto por três módulos, dentre eles, o cadastro de informações necessárias para o cálculo dos indicadores, a geração dos índices e subíndices e a visualização de resultados por meio de mapas temáticos e gráficos. Para a realização dos estudos são considerados dados sobre a população, preservação ambiental, ocorrência de fenômenos extremos (tempestades) e doenças relacionadas ao clima, como dengue e leishmaniose.

A partir da inserção dessas informações no software, é possível calcular o Índice Municipal de Vulnerabilidade aos Impactos de Mudança Climática, entre outros indicadores.

“Os indicadores serão muito úteis para a administração estadual, que terá condições de analisar por meio de mapas e gráficos, qual parte do território está mais e menos vulnerável às alterações do clima e os mais aptos a se recuperar de possíveis impactos climáticos. Com esses dados, o gestor terá um instrumento para nortear suas ações e um critério quantitativo para dar prioridade às estratégias de atuação”, ressalta o coordenador do projeto e pesquisador da Fiocruz Minas, Ulisses Confalonieri.

A proposta da capacitação sobre o software é fazer com que os participantes tenham conhecimento teórico e prático para utilizar a ferramenta. O Espírito Santo será o primeiro estado a testar o sistema, que também será implementado para Pernambuco, Amazonas, Paraná, Mato Grosso do Sul e Maranhão. Estarão presentes representantes da Secretarias Estaduais de Saúde e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Instituto Jones dos Santos, Defesa Civil e Universidade Federal do Espírito Santo.

Mudança climática à vista

O estudo divulgado pela Fiocruz em Vitória, em novembro de 2015, apontou uma possível diminuição em mais de 20% no volume de chuvas dos municípios do estado e um aumento no número de dias secos consecutivos em todas as cidades capixabas.

As projeções feitas também indicaram que os municípios mais expostos à mudança do clima foram Vitória, Cariacica, Vila Velha e Itapemirim. Em relação à sensibilidade, que analisa as áreas mais propensas a sofrerem danos em casos de alterações climáticas, as microrregiões Nordeste e Noroeste podem ser consideradas as mais sensíveis do estado, com destaque para Ponto Belo, São Gabriel da Palha e Baixo Guandú.

A pesquisa destacou que Vitória, Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim foram considerados os municípios com a maior capacidade institucional para se adaptar aos novos cenários climáticos, devido à existência de infraestrutura de saúde, como leitos hospitalares, plano de contingência de desastres e presença da Defesa civil. Divino de São Lourenço, Pedro Canário e Irupi seriam as cidades menos adaptadas.

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