24/04/2015 16h38 - Atualizado em 05/10/2016 12h44

Estado intensifica ações para o combate ao incêndio em área de turfa

O Governo do Estado estabeleceu ações articuladas para intensificar o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio em turfa, no município de Serra. Na manhã desta sexta-feira (24), o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rodrigo Júdice; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa; e a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Sueli Tonini, realizaram uma visita técnica na área de turfa onde observaram que as medidas adotadas estão produzindo efeitos positivos.

Os resultados foram apresentados em coletiva de imprensa, que contou também com a presença da gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Gilsa Rodrigues, onde foi possível destacar a intensificação das atividades para a solução do problema. O encontro aconteceu no auditório do Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, na Enseada do Suá, Vitória.

As medidas estão sob gestão da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil e contam com a integração da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan).
Desde a última segunda-feira (20), a Corporação aumentou o efetivo atuante na área de turfa e o tempo de permanência em combate ao incêndio no local. Mesmo diante das dificuldades de acesso e extensão territorial, os esforços têm mostrado progressos significativos.

De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa, a atuação dos militares na região tem resultado no controle de 70 % da área queimada, o que impede a progressão das chamas, além da extinção completa de 40 % da área do incêndio. “O evento assumiu uma dimensão maior do que o combate ao incêndio, passando a uma questão de proteção e defesa civil das comunidades na região atingida, com necessidade de implementação destas ações com as agências públicas estaduais”, disse o comandante.

As ações do Corpo de Bombeiros são realizadas em quatro frentes de trabalho, concentradas na maior distribuição das equipes para revirar o solo e fazer os combates pontuais com água, além da construção de valas no formato "espinha de peixe" ao longo do leito Canal dos Escravos, redirecionando parcialmente a água para inundar os setores com focos de incêndio. O sobrevoo realizado na tarde desta sexta (24) mostra o progresso nas ações, pois o volume e a densidade da fumaça têm apresentado reduções importantes.

Os recursos para a operação também foram reforçados com o emprego de 80 militares por dia em média, 23 funcionários da Prefeitura de Serra, 18 caminhões entre viaturas, carros pipas, escavadeiras hidráulicas e retroescavadeiras. O trabalho continua sem data definida para terminar.

CESAN
Em fevereiro e março, a Cesan disponibilizou para o Corpo de Bombeiros 113 mil litros de efluente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Mulembá para ser utilizada no combate ao incêndio da turfa, no entorno do Mestre Álvaro. Efluente é a água resultante do tratamento do esgoto que normalmente é lançada em rios, lagoas ou mar. Quando utilizado para outros fins esse líquido também é chamado de água de reúso.
A partir de agora, será usado o efluente da ETE Furnas, que fica mais próxima da área afetada. Essa ETE produz 25 l/s de efluente que serão desviados por meio de canaletas, direcionado a água para inundar o terreno incendiado. Para captar o efluente e a água do Canal dos Escravos, a Companhia disponibilizou ainda um gerador e uma bomba com capacidade de bombear 50 l/s.
MEIO AMBIENTE

“O Estado está atuando novamente de forma integrada, com diferentes pastas, apoiando a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio em turfa, que tem impactado a região. É um incêndio que extrapola a realidade, enfrentamos a maior seca dos últimos 40 anos e estamos trabalhando para debelar o fogo, contando com a colaboração da sociedade. Esforço não está faltando por parte do Corpo de Bombeiros”, disse o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice.

Servidores públicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), capacitados para o combate a incêndios florestais, também atuam na região, operando motobombas e mangueiras especiais de incêndio, como reforço as ações do Corpo de Bombeiros. Os equipamentos são importados e de uso do Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevines).

“Nós estamos somando a expertise do Iema no combate a incêndios nos Parques Estaduais, auxiliando com nossos equipamentos, que não são piores ou melhores do que os utilizados pelo Corpo de Bombeiros, mas que têm suas especificidades e podem contribuir nesta ação”, disse a diretora-presidente do Iema, Sueli Passoni Tonini.

SAÚDE

A Secretaria de Estado da Saúde está sensível ao problema e se colocou à disposição do município. “De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde da Serra, a procura por atendimento nas Unidades do Município aumentou em 10%. O município está distribuindo soro para os moradores que possuem nebulizador em casa e orientando a população a ingerir bastante líquido”, disse Gilsa Rodrigues.
Sistema de Comando de Operações
Desde a última segunda-feira (20), a área de turfa é monitorada pelo Sistema de Comando de Operações (SCO), com apoio da Unidade Móvel, sob o comando da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), chefiada pelo coronel Fabiano Marchetti Bonno.
A medida foi estabelecida de forma integrada com a Prefeitura da Serra e envolvimento de outras agências do Estado na operação para articulação e coordenação de ações que visam complementar o combate ao incêndio na região e dar assistência direta à população afetada pela fumaça. Entre os órgãos integrados estão o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Companhia Espírito Santense de Saneamento(CESAN) e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA).
O que é a turfa

Espécie de solo orgânico em decomposição formado por camadas de restos de vegetação e musgos, altamente combustível quando seco, e por isso muito utilizada para aquecimento em locais frios. As turfeiras podem atingir dezenas de metros de profundidade e seu poder calorífico é tão alto que, no passado, foi elaborado projeto para abastecer com energia elétrica cidades inteiras na Rússia através da queima da turfa. O solo de turfa, ou turfeira, é rico em nutrientes, sendo muito bom quando utilizado como adubo.

Incêndio em turfeiras

Sua propagação é subterrânea e por isso não são visualizadas chamas e também se torna muito difícil identificar seu sentido e velocidade de desenvolvimento. A velocidade da queima é lenta devido a pouca oxigenação, mas, apesar disso, produz combustão de grande quantidade de biomassa por hectare, chegando a dez vezes mais do que aquela produzida por um incêndio florestal acima da camada do solo. Como resultado dessa queima lenta, com pouca oxigenação e de enorme biomassa, dá-se a produção de muita fumaça.

Fumaça produzida pela queima da turfa

A área de turfa é composta de matéria orgânica (mato, folhas secas). Em uma situação normal, este local estaria todo alagado, formando um brejo ou pântano. Por conta do longo período de seca enfrentado no Espírito Santo, a água secou, deixando apenas a vegetação presente. Excetuando a fumaça incômoda, não existe toxicidade na queima da turfa.

Incêndio Criminoso

O Corpo de Bombeiros realizou uma perícia no dia 30 de março, devido a suspeita de uso de material inflamável. O resultado ainda não ficou pronto. Devido ao surgimento de um novo foco de incêndio, foi feita uma nova perícia para avaliar a possibilidade de ocorrência criminosa. A previsão do resultado das perícias é de 30 dias após a coleta.

Dicas para a população

O Corpo de Bombeiros orienta que a população não realize limpeza de área com utilização de fogo, queima de lixo e demais materiais, tendo em vista as condições favoráveis que facilitam o alastramento do fogo. Quanto à fumaça que incomoda toda a Grande Vitória, a situação só será normalizada quando o incêndio for totalmente controlado. Para aqueles com problemas de saúde devido à fumaça, o indicado é que se afastem o máximo possível das áreas atingidas. Manter as portas e janelas fechadas também é importante para evitar maior exposição.

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