03/02/2016 11h25 - Atualizado em
05/10/2016 12h49
Contaminação da água com poluentes emergentes é foco de novo estudo no Brasil
Pesquisadores do Instituto Aplysia em conjunto com especialistas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Governo do Estado do ES, por meio de Cesan e Iema, iniciaram a elaboração de um projeto científico, pioneiro no Brasil, que em dois anos pode começar a identificar e analisar quais poluentes, em especial os novos contaminantes, estão impactando a qualidade da água, a quantidade desses produtos e os principais efeitos para vida aquática e humana.
A primeira reunião técnica aconteceu na última segunda-feira (01/02) e contou com a participação de um dos mais renomados especialistas em proteção da água no mundo, o professor, doutor e pesquisador do Instituto de Avaliação Ambiental e Estudos Hídricos de Barcelona (IDAEA-CSIC), na Espanha, Damià Barceló, com o objetivo principal de trazer as experiências de sucesso da Europa e os desafios no tema.
De acordo com Barceló, a cada dia surgem poluentes novos, ou seja, que a legislação não abrange. “São remédios, produtos de higiene pessoal, pesticidas modernos, teflon, que na Europa já sabemos que em grande quantidade causam problemas endócrinos em peixes, por exemplo, masculinizam fêmeas e feminilizam machos”.
“A Fluoxetina diminui a libido e impacta a reprodução de várias espécies, há outros medicamentos que geram mudança no comportamento dos peixes. Identificar e controlar esses novos químicos é um desafio”, pontua Barceló.
E se os efeitos nos peixes já são notórios, é bem provável que os impactos na espécie humana também existam e sejam significativos, como explica a presidente do Instituto Aplysia, a bióloga Tatiana Furley.
“Existem similaridades entre os efeitos observados nos peixes e nos humanos, por isso os peixes são bons indicadores não só sobre a qualidade da água em si, mas também sobre a relação de efeito do consumo daquela água por pessoas”.
“E estamos vivendo um agravante! A disponibilidade hídrica é bem menor com perspectivas de uma escassez de água prolongada. Assim, temos novos e mais tipos de contaminantes sendo lançados em um ambiente com cada vez menos água e menor capacidade de diluição”, complementa o diretor institucional do Instituto Aplysia, Robson Melo.
Premiado com o internacional “Recipharm Environmental Prize” por seu trabalho com poluentes emergentes e compostos farmacêuticos que afetam o meio ambiente, o pesquisador do IDAEA-CSIC, ressalta que um dos caminhos importantes é o tratamento diferenciado dos descartes dos hospitais, unidades de saúde e clínicas e logística reversa dos medicamentos vencidos. Os países europeus já conseguiram avançar nessa questão: os hospitais já têm seu sistema de tratamento de esgoto individual e as farmácias já recebem os medicamentos vencidos para destinação adequada.
“Os indicadores de presença de antibióticos e anti-inflamatórios na água são altos. Parte pelo consumo e eliminação na urina e fezes, parte pelas sobras de medicação que muitos jogam no esgoto ou no lixo, e grande parte pelos efluentes hospitalares quando eram diretamente lançados na rede doméstica. Esse é o ‘hot-point’.
Uma boa tecnologia evita que muitos desses contaminantes impactem os rios. Nossa batalha agora é para que as unidades menores de saúde também sejam obrigadas a implantar o sistema”, conta Barceló.
Informações à Imprensa:
Knowledge Media – KM
DaniKlein – 98179 9000
daniklein@kmnaweb.com
Assessoria de Comunicação Seama/Iema
27-3636 2591 / 27-3636.2592
Amanda Amaral (27) 9-9977-1012
meioambiente.es@gmail.com
A primeira reunião técnica aconteceu na última segunda-feira (01/02) e contou com a participação de um dos mais renomados especialistas em proteção da água no mundo, o professor, doutor e pesquisador do Instituto de Avaliação Ambiental e Estudos Hídricos de Barcelona (IDAEA-CSIC), na Espanha, Damià Barceló, com o objetivo principal de trazer as experiências de sucesso da Europa e os desafios no tema.
De acordo com Barceló, a cada dia surgem poluentes novos, ou seja, que a legislação não abrange. “São remédios, produtos de higiene pessoal, pesticidas modernos, teflon, que na Europa já sabemos que em grande quantidade causam problemas endócrinos em peixes, por exemplo, masculinizam fêmeas e feminilizam machos”.
“A Fluoxetina diminui a libido e impacta a reprodução de várias espécies, há outros medicamentos que geram mudança no comportamento dos peixes. Identificar e controlar esses novos químicos é um desafio”, pontua Barceló.
E se os efeitos nos peixes já são notórios, é bem provável que os impactos na espécie humana também existam e sejam significativos, como explica a presidente do Instituto Aplysia, a bióloga Tatiana Furley.
“Existem similaridades entre os efeitos observados nos peixes e nos humanos, por isso os peixes são bons indicadores não só sobre a qualidade da água em si, mas também sobre a relação de efeito do consumo daquela água por pessoas”.
“E estamos vivendo um agravante! A disponibilidade hídrica é bem menor com perspectivas de uma escassez de água prolongada. Assim, temos novos e mais tipos de contaminantes sendo lançados em um ambiente com cada vez menos água e menor capacidade de diluição”, complementa o diretor institucional do Instituto Aplysia, Robson Melo.
Premiado com o internacional “Recipharm Environmental Prize” por seu trabalho com poluentes emergentes e compostos farmacêuticos que afetam o meio ambiente, o pesquisador do IDAEA-CSIC, ressalta que um dos caminhos importantes é o tratamento diferenciado dos descartes dos hospitais, unidades de saúde e clínicas e logística reversa dos medicamentos vencidos. Os países europeus já conseguiram avançar nessa questão: os hospitais já têm seu sistema de tratamento de esgoto individual e as farmácias já recebem os medicamentos vencidos para destinação adequada.
“Os indicadores de presença de antibióticos e anti-inflamatórios na água são altos. Parte pelo consumo e eliminação na urina e fezes, parte pelas sobras de medicação que muitos jogam no esgoto ou no lixo, e grande parte pelos efluentes hospitalares quando eram diretamente lançados na rede doméstica. Esse é o ‘hot-point’.
Uma boa tecnologia evita que muitos desses contaminantes impactem os rios. Nossa batalha agora é para que as unidades menores de saúde também sejam obrigadas a implantar o sistema”, conta Barceló.
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