17/06/2020 16h28

Projeto Barraginhas está ajudando a combater a desertificação em municípios capixabas

Foto: Márcio Menon / Atílio Vivacqua

O Projeto Barraginhas tem sido uma alternativa promissora no combate à erosão, à desertificação e na melhoria da qualidade do solo. Nesta quarta-feira (17), Dia Mundial de Combate à Desertificação, o projeto já é uma realidade em três municípios capixabas: Atílio Vivacqua, Santa Teresa e Santa Leopoldina.


O projeto começou a se multiplicar nos municípios do Estado em janeiro deste ano, com a implantação de uma tecnologia social desenvolvida pela Empresa Brasileira de Tecnologia Agropecuária (Embrapa), que consiste na captação da água das chuvas, promovendo seu armazenamento no solo. O objetivo é evitar erosões, assoreamentos e contaminações ambientais.

Dessa forma, o projeto garante o aumento do volume de água nos mananciais. O Barraginhas tem como prioridade os municípios que apresentaram problemas de abastecimento durante a estiagem ocorrida nos anos de 2015 e 2016, levando em consideração as resoluções publicadas pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh).


Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabrício Machado, as atividades intensivas da agricultura e da pecuária causaram, e ainda causam, impactos danosos ao solo. Encontrar uma forma sustentável que possa reverter esta situação é uma prioridade:

“A instalação de uma barraginha é extremamente simples e inteligente. Basta manipular o solo com algumas escavações, numa espécie de micro barragem e respeitando as condições técnicas, e aproveitar as chuvas para fazer o seu papel natural. Com isso, ajuda a resolver um problema histórico no uso intensivo dos nossos solos. E tem mais: o projeto é sustentável, barato e extremamente eficaz. Precisamos ter mais municípios incorporando esta inovação”, incentivou o secretário.   

Atílio Vivacqua foi um dos primeiros municípios a aderir. O secretário municipal de Meio Ambiente, Márcio Menon, apresentou os resultados que vêm transformando a realidade no município:

“Já são mais de 40 propriedades rurais com barraginhas. E já temos mais de 320 visitas agendadas, numa lista de espera. É emocionante ver a transformação na terra. De saber que uma técnica tão simples de conservação e de respeito à natureza possa melhorar a capacidade de armazenamento de água e que vai ajudar bastante na nossa agricultura, na produção local e no que é o mais importante: sempre conservando o meio ambiente”, explicou Menon, que também lembrou que o município concorre a um prêmio da Embrapa de práticas de conservação do solo.

O convênio

Serão repassados R$ 102 mil reais a cada município que aderir ao Projeto, para os próximos 3 anos, por meio de convênio direto com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). Esse valor será dividido em 6 parcelas semestrais para compra de óleo diesel, principal combustível utilizado para mover as máquinas, como tratores, caminhões e retroescavadeiras, utilizadas na construção e na intervenção do solo, que são as barraginhas propriamente ditas.

A disponibilidade deste maquinário é parte da contrapartida obrigatória do município, que precisa deixar as máquinas à disposição para os proprietários rurais que solicitarem o serviço de construção das barraginhas. A decisão da aprovação destes serviços, no entanto, deve ser tomada pela prefeitura de forma participativa, com chancela do seu respectivo conselho municipal de meio ambiente.

O futuro

Estão previstos nos planos de trabalho, que foram entregues quando da assinatura dos convênios no final de 2019, a construção de 180 barraginhas e 149 cordões de cocho em Atílio Vivacqua; 102 barraginhas e 101 cordões de cocho em Santa Leopoldina; e 118 barraginhas e 118 cordões de cocho em Santa Teresa.

Os cordões de cocho são estruturas escavas de 200 metros de comprimento, que acompanham o corte do morro e que também retêm água da chuva e promovem o combate à erosão.

 

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