26/11/2025 16h25

Curso destaca impacto das desigualdades de gênero na gestão de riscos de desastres no Estado

O Programa Águas e Paisagem II realizou, nesta terça-feira (25), em formato híbrido, o Curso “Mulheres e Gestão de Riscos de Desastres – Integrando Perspectivas para Resiliência”, iniciativa promovida em parceria com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) e o Banco Mundial. A capacitação, com carga horária de oito horas, reuniu profissionais de defesa civil, gestores municipais, representantes de organizações sociais e líderes comunitários.

Ministrado pela consultora do Banco Mundial, Clarice Correa de Mendonça, o curso abordou como desigualdades de gênero, raça, etnia, deficiência e status social influenciam profundamente a preparação, a resposta e a recuperação de comunidades atingidas por desastres. A especialista ressaltou que compreender essas variáveis é indispensável para evitar que políticas públicas reproduzam vulnerabilidades históricas.

Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, fortalecer a gestão de riscos no Espírito Santo passa, necessariamente, por reconhecer que os desastres não afetam todas as pessoas da mesma forma. “Na minha avaliação, esta capacitação evidencia que políticas públicas sólidas precisam integrar recortes de gênero, raça e vulnerabilidade social para gerar respostas realmente eficazes. Ao lado do Banco Mundial e da Defesa Civil, nosso compromisso é construir um estado mais preparado, mais resiliente e, sobretudo, mais justo, onde ninguém fique para trás diante dos desafios climáticos e ambientais”, ressaltou o secretário.

Durante a palestra, Clarice Mendonça destacou que grupos responsáveis pelo cuidado — função exercida majoritariamente por mulheres — enfrentam impactos mais intensos após eventos extremos. “As pessoas que ficam por conta de cuidar e de atuar, realizar esses trabalhos, muitas vezes são impactadas diferentemente pelos prejuízos de um desastre, principalmente renda, perda de abrigo, vulnerabilidade, dificuldade de retomar atividades produtivas. E aí, quando a gente tem algum grupo que executa prioritariamente esse tipo de trabalho, esse grupo acaba ficando mais vulnerável após o desastre. Então é uma variável também para a gente”, disse.

O conteúdo programático foi dividido em cinco módulos, envolvendo desde conceitos introdutórios até estudos de caso, práticas de comunicação inclusiva, protocolos de segurança, intervenções sensíveis ao gênero e elaboração de planos de ação. Dinâmicas de grupo, simulações e exercícios práticos permitiram que os participantes avaliassem políticas existentes e construíssem propostas de melhoria com abordagem inclusiva.

Segundo a consultora Social do Águas e Paisagem II, Sheyanne Fonseca, o curso mostrou, na prática, como a integração da perspectiva de gênero fortalece a preparação e a resposta a emergências. “A formação, realizada com o apoio do Banco Mundial, foi dinâmica e participativa, com atividades que aproximaram o conteúdo da realidade dos municípios. Tivemos a presença de profissionais que atuam na Defesa Civil em diferentes regiões do Estado, ampliando a troca de experiências e fortalecendo uma rede capaz de multiplicar esse conhecimento localmente. A capacitação contribuiu diretamente para melhorar as ações de prevenção, resposta e comunicação em desastres”, informou.

A capacitação reforça o compromisso do Governo do Estado e do Banco Mundial em fortalecer a resiliência comunitária, apoiar a atuação da Defesa Civil e promover ações que reduzam disparidades de gênero em cenários de risco, contribuindo para um Espírito Santo mais preparado e socialmente mais justo.

 

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