Atlas da Mata Atlântica é lançado e mostra que floresta está sendo recuperada
Outras informações relevantes e primárias acerca da cobertura florestal, com mensurações específicas por município é possível diagnosticar que, atualmente, Marechal Floriano é o município com maior percentual do seu território com cobertura florestal, com 45,49%. Porém, Linhares é o município com maior extensão territorial, em termos absolutos, com 73.915,92 hectares –21,16% do território do município –, o que corresponde a 10% de toda a cobertura florestal do Estado. Marataízes é o que possui menor percentual e menor cobertura florestal em termos absolutos com 50,51 hectares, correspondendo a 0,39% do seu território.
E com relação ao crescimento da cobertura florestal, Serra é o município que apresentou maior crescimento, saindo de 11,6% para 15,1% do seu território – ou seja de 6.365,53 hectares em 2008 para 8.247,3 hectares em 2012 e 2013 – e Rio Novo do Sul foi o que apresentou maior redução de crescimento da cobertura florestal, saindo de 15% do seu território para 14% e que em termos absolutos caiu de 3.060,99 hectares para 2.868,24 hectares.
Na oportunidade, o governador Paulo Hartung agradeceu ao trabalho desenvolvido pelas as instituições e técnicos. Hartung destacou que, após a crise hídrica que castigou o Estado, a sociedade está mais disposta a debater melhores práticas nas relações de consumo com os recursos naturais. O governador disse ainda que o Atlas é uma ferramenta tecnológica e importante para auxiliar na mobilização e mudança de comportamento.
“Fiz questão de cumprimentar os prefeitos e vice-prefeitos presentes, porque temos avanços dignos de serem comemorados, mas também um desafio enorme. Cruzando a apresentação do Atlas com a crise econômica, temos uma demonstração da mobilização que devemos fazer. Este Atlas é o ferramental para trabalhar. Temos um enorme desafio de mudar o comportamento das pessoas. Só fazemos isso conversando e mobilizando. Isso é papel de liderança. É questão de incutir uma nova forma e prática de relacionar com a natureza. Temos que fazer hoje e, esta tecnologia, nos permite avançar na sustentabilidade”, afirmou o governador.
A preocupação com a preservação e recuperação das matas foi destacada pelo vice-governador César Colnago. "Recuperar nossas matas tem grande importância, não só ambiental, como social e econômica. Para isso é fundamental termos ferramentas que nos permitam conhecer as áreas de preservação, além de poder planejar futuras ações de reflorestamento e ocupação do solo. Tudo isso nos garante um futuro com mais qualidade de vida", disse.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira, o programa Reflorestar é essencial para o fomento da cultura de recuperação florestal no Espírito Santo. “Com o Reflorestar conseguimos construir uma política sólida de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), e ainda estamos conseguindo financiar projetos e pesquisas que visam tornar contínuo o monitoramento da Mata Atlântica e o fortalecimento dos acervos de informações sobre o assunto, como a atualização da lista de espécies ameaçadas de extinção no Estado. Com esse monitoramento, está sendo possível tornar toda a base de dados acessível na web para o mundo, o que também fortalece o Instituto Nacional da Mata Atlântica. Um esforço conjunto que já é possível enxergar resultados”, completou o secretário Aladim.
Gabriela Lacerda, diretora-presidente do IJSN, ressalta a importância do Reflorestar. “Os dados apresentados no Atlas, indicam que o programa Reflorestar, ao estimular a adoção de práticas de uso sustentável dos solos, tem relevante papel no crescimento da cobertura florestal. No entanto, como foi possível identificar que mais da metade das áreas de floresta é constituída por pequenos fragmentos, uma possível evolução do programa Reflorestar pode incluir a intensificação de ações que promovam a ampliação da extensão de florestas contínuas”.
Saiba mais
O Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo reúne dados oficiais da cobertura vegetal nativa e uso da terra de todo o Estado. Ele estabelece com grau elevado de precisão tudo que ocupa o espaço geográfico de todo o Estado, seja atividade antrópica ou de cobertura natural. São 25 classes de usos do solo mapeadas em dois períodos: 2007 a 2008 e 2012 a 2015. A elaboração do Atlas foi coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), com apoio do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
O nível de detalhamento contido no Atlas é uma revolução na estatística socioeconômica do meio rural capixaba, onde é possível encontrar dados dos 78 municípios capixabas e das 12 bacias hidrográficas. Cada 0,5 hectares de floresta nativa, pasto, macega, café, dentre outras formas de usos do solo foram mapeadas nas duas séries temporais avaliadas. Além disso, a publicação irá contribuir com a agenda de restauração florestal do Estado, por meio de uma definição de linha de base e com o mapeamento da cobertura florestal, que serão importantes para acompanhar a evolução de floresta nativa do Espírito Santo.
O Atlas é um dos frutos do Programa Reflorestar, e tem como objetivo apresentar parte dos produtos gerados pelo programa, com destaque para o Mapeamento da Cobertura Vegetal Nativa e do Uso das Terras do Estado, estabelecendo, uma linha de base para a realização do monitoramento dos remanescentes florestais do Espírito Santo.